Inovação portuária como estratégia de sustentabilidade
Durante décadas, inovação nos portos foi sinônimo de expansão física: novos berços, guindastes maiores, áreas retroportuárias ampliadas. Mas, no século XXI, o conceito de inovação se reinventa. Em um mundo onde eficiência energética, segurança da informação, rastreabilidade e descarbonização são imperativosestratégicos, a transformação tecnológica nos portos deixou de ser opcional. Nesse novo paradigma, companhias como […]
- 09/10/2025
- 7 minutos
Durante décadas, inovação nos portos foi sinônimo de expansão física: novos berços, guindastes maiores, áreas retroportuárias ampliadas. Mas, no século XXI, o conceito de inovação se reinventa. Em um mundo onde eficiência energética, segurança da informação, rastreabilidade e descarbonização são imperativos
estratégicos, a transformação tecnológica nos portos deixou de ser opcional.
Nesse novo paradigma, companhias como a Wilson Sons vêm demonstrando que é possível alinhar produtividade e impacto ambiental positivo por meio da inovação aplicada. Com iniciativas que vão da inteligência artificial generativa à automação de gates, passando por plataformas digitais e hubs de inovação aberta, a empresa tem reposicionado seus ativos portuários e marítimos como ecossistemas inteligentes, conectados e responsáveis.
Este artigo explora como a inovação vem moldando o futuro da logística portuária, com base em dados, tendências e casos reais de aplicação. Um mergulho técnico e estratégico no novo ciclo de valor da infraestrutura portuária sustentável.
Boa leitura!
O novo papel da inovação na infraestrutura logística
Tradicionalmente, a inovação no setor portuário era percebida como incremental: melhorias operacionais pontuais, substituição de equipamentos e ajustes de layout. Mas com o avanço das tecnologias digitais, a elevação das exigências ambientais e a pressão por transparência nas cadeias logísticas, inovar passou a ser um processo contínuo, transversal e altamente estratégico.
A inovação deixa de ser um departamento ou uma área e se torna um vetor que atravessa toda a organização: da engenharia de manutenção à governança ESG, do relacionamento com clientes à gestão de pessoas. E seu objetivo não é apenas reduzir custos ou aumentar a produtividade — mas também gerar valor compartilhado com comunidades, clientes, acionistas e o meio ambiente.
“Os portos do futuro serão aqueles que combinam performance, inteligência de dados e responsabilidade ambiental. A inovação é o elo entre esses três pilares.”
Simone Prado
Gerente de inovação e transformação digital
Inovação aplicada: o caso Wilson Sons
Na Wilson Sons, a inovação é conduzida de forma estruturada, com apoio de hubs especializados, parcerias com startups e implementação de projetos em escala real.
Em 2023, diversas soluções inovadoras foram implantadas em terminais da empresa, com resultados concretos em segurança ,eficiência, e sustentabilidade. A seguir, exploramos os destaques dessa transformação. Vamos lá?
Artemis a Bordo: inteligência embarcada nos rebocadores
Um dos maiores avanços recentes foi a implementação do Artemis a Bordo, um sistema embarcado nos rebocadores da frota da Wilson Sons que permite o monitoramento em tempo real de variáveis operacionais e ambientais, como:
- Consumo de combustível;
- Desempenho dos motores;
- Condições de navegação;
- Eficiência por tipo de manobra.
A partir desses dados, algoritmos orientam os comandantes a executar manobras com menor consumo e menor emissão de CO2, sem comprometer a segurança.
O impacto é direto: redução de emissões, ganho de eficiência energética e maior previsibilidade nos custos operacionais. A tecnologia também permite manutenção preditiva, reduzindo paradas não programadas e aumentando a vida útil dos equipamentos.
“Esse tipo de inteligência embarcada posiciona os rebocadores como ativos de alta performance ambiental, alinhando a prestação de serviço portuário às exigências de descarbonização do setor marítimo global”
Marcio Castro
Diretor-executivo da unidade Rebocadores
Digitalização dos gates: fluidez e controle com menos impacto
Nos terminais de contêineres operados pela Wilson Sons, a digitalização começa na entrada. Os sistemas de gate com OCR (Optical Character Recognition) permitem a identificação automatizada de placas de caminhões e contêineres, reduzindo o tempo de permanência e o risco de erros.
A digitalização das entradas e saídas é integrada a sistemas de agendamento e ao WS Connect — plataforma da empresa que fornece dados em tempo real sobre as operações. Com isso, transportadoras, despachantes e embarcadores podem planejar melhor suas entregas e coletas, evitando filas, congestionamentos e emissões desnecessárias.
Tanto em Salvador, quanto em Rio Grande, a automação dos gates já resultou em:
- Redução do tempo médio de acesso em mais de 30%;
- Menor consumo de combustível dos veículos;
- Aumento da segurança física e patrimonial;
- Mais transparência na gestão das janelas operacionais.
Impacto ambiental positivo: inovação que reduz pegada ecológica
Todas essas inovações não são apenas ferramentas de eficiência. Elas geram impactos ambientais mensuráveis. Em 2023, como resultado do uso de tecnologias e da modernização operacional, a Wilson Sons conseguiu reduzir suas emissões absolutas de escopo 1 e 2 em 4% e aumentar a participação de fontes renováveis em sua matriz elétrica para 53%.
Além disso, os dados gerados pelas plataformas digitais permitem auditar os impactos ambientais, comprovar ganhos sustentáveis e atender com maior precisão às exigências de clientes e certificações.
Cultura de inovação: o ativo invisível que impulsiona a transformação
Nenhuma tecnologia opera sozinha. A cultura de inovação construída pela Wilson Sons é um diferencial competitivo silencioso, mas poderoso. A empresa estimula a experimentação, capacita seus times, recompensa ideias internas e mantém canais abertos para sugestões operacionais.
Programas como o Be Digital e a Universidade Wilson Sons contribuem para formar equipes mais preparadas para lidar com tecnologia, colaborar com startups e entender a lógica ESG como parte do dia a dia.
Essa cultura se reflete na velocidade com que novas soluções são adotadas, na motivação dos profissionais e na consistência dos resultados obtidos. Com inteligência embarcada, automação de processos, digitalização e cultura de inovação aberta, a companhia reposicionou seus ativos como hubs sustentáveis, tecnológicos e resilientes.
“O futuro da logística passa por operações mais limpas, mais conectadas e mais integradas. E os portos que entenderem esse movimento como uma alavanca de valor compartilhado estarão não apenas prontos para competir, mas para liderar.”
Simone Prado
Gerente de inovação e transformação digital
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